A escola tem um papel essencial não apenas no ensino de conteúdos acadêmicos, mas também na formação emocional das crianças. Trabalhar emoções desde a Educação Infantil ajuda os alunos a se expressarem melhor, desenvolverem empatia, resolverem conflitos com mais maturidade e construírem relacionamentos saudáveis. E tudo isso pode (e deve) ser feito de forma interativa, acessível e leve.
Neste artigo, você encontrará atividades práticas, lúdicas e interativas para trabalhar as emoções em sala de aula, com sugestões que se adaptam a diferentes faixas etárias e recursos simples.
Por que é importante trabalhar emoções na escola?
Segundo as diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o desenvolvimento socioemocional é parte fundamental da formação integral do aluno.
Os benefícios incluem:
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Melhora na convivência escolar
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Redução de comportamentos agressivos
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Aumento da autoconfiança e autoestima
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Melhoria da atenção, foco e rendimento escolar
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Criação de vínculos afetivos mais fortes com colegas e professores
Habilidades socioemocionais que podem ser desenvolvidas
Ao trabalhar emoções com atividades interativas, desenvolvemos:
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Reconhecimento de sentimentos
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Empatia
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Autocontrole
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Comunicação emocional
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Resolução de conflitos
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Resiliência
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Cooperação
Atividades interativas para trabalhar emoções
1. Roda da emoção
Objetivo: Identificar e nomear sentimentos
Como fazer:
Monte uma roda com emojis ou desenhos de emoções básicas (alegria, tristeza, raiva, medo, surpresa). Peça que cada aluno gire uma seta e fale sobre uma situação em que sentiu aquela emoção.
Material: cartolina, clips ou spinner de plástico
2. Termômetro das emoções
Objetivo: Medir intensidade emocional
Como fazer:
Crie um termômetro com níveis como “calmo”, “nervoso”, “furioso”. Cada aluno pode marcar com seu nome ou cor onde está emocionalmente no início e no fim da aula.
Reflexão: Ajuda o professor a acompanhar o clima da turma e trabalhar autoregulação.
3. Caixa das emoções
Objetivo: Explorar o que causa diferentes emoções
Como fazer:
Monte uma caixa com objetos, imagens ou palavras. O aluno sorteia um item e diz como aquilo o faz se sentir e por quê. Ex: “foto de um cachorro” → “sinto alegria porque gosto de animais”.
4. Jogo do espelho das emoções
Objetivo: Trabalhar empatia e expressões faciais
Como fazer:
Um aluno faz uma expressão facial relacionada a uma emoção e os demais devem adivinhar. Depois, trocam os papéis.
Variação: pode ser feito com desenhos de rostos.
5. Diário das emoções (para imprimir)
Objetivo: Registrar sentimentos e refletir sobre eles
Como fazer:
Imprima fichas semanais para os alunos desenharem ou escreverem como se sentiram durante o dia e por quê. Incentive a honestidade e o sigilo.
6. Histórias com sentimentos
Objetivo: Trabalhar emoções por meio da literatura
Como fazer:
Leia uma história onde os personagens vivenciam emoções intensas. Depois, converse sobre as escolhas deles e como os alunos agiriam naquela situação.
Sugestões de livros:
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“O Monstro das Cores”
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“A Raiva” (Ruth Rocha)
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“Quando Estou com Medo” (Trace Moroney)
7. Emoções em movimento
Objetivo: Associar corpo e emoção
Como fazer:
Diga uma emoção e peça que os alunos a representem com o corpo. Exemplo: “Como anda alguém triste? Como pula alguém alegre?”
Ajuda a identificar como o corpo reage às emoções.
8. Cartões do “Como você se sentiria se…?”
Objetivo: Estimular empatia
Como fazer:
Leia situações como: “Seu amigo ganhou um presente e você não”, “Você caiu na frente da turma”, “Te convidaram para brincar”.
Cada aluno responde como se sentiria e por quê.
Como adaptar por faixa etária
Faixa etária | Abordagem recomendada |
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3 a 5 anos | Emoções básicas com desenhos, jogos de imitação e histórias curtas |
6 a 8 anos | Introdução de nomes de emoções mais complexas e diários com desenhos ou frases |
9+ anos | Discussões em grupo, leitura reflexiva, dramatizações e escrita emocional |
Sugestão de projeto contínuo: mural das emoções
Crie um painel fixo na sala com rostinhos coloridos, nomes de sentimentos e espaços para que os alunos coloquem seus nomes conforme estão se sentindo.
É uma forma de monitorar o clima emocional da turma e gerar empatia coletiva.
Envolvendo a família no processo
A formação emocional deve ir além da sala de aula. Envie atividades simples para casa, como:
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Diário da emoção da semana
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Roda da conversa: pergunte à criança como ela se sentiu em diferentes momentos do dia
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Desenhar a emoção do dia e explicar o motivo
Trabalhar emoções é educar para a vida
Quando o aluno aprende a reconhecer, nomear e lidar com o que sente, ele desenvolve uma base sólida para tomar decisões melhores, se relacionar com respeito e cuidar da própria saúde mental. E tudo isso pode (e deve) começar com atividades interativas, afetivas e acessíveis.
Trabalhar emoções é tão essencial quanto ensinar matemática ou leitura — é educar para a vida.
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